Lembro até hoje do dia em que comprei o livro Barulho - uma viagem pelo underground do rock americano, do André Barcinski. Foi numa banca de revista perto de onde morava, em Florianópolis. Já tinha lido uns textos na finada e saudosa revista Bizz. Tudo aquilo fascinava. A descrição do show do Nirvana logo após o estouro do Nevermind; a coleção de discos de Jello Biafra; entrevista com The Cramps e com o povo do Ministry. Alguns anos depois de Barulho, vieram o documentário e o livro biografia sobre José Mojica Marins, o Zé do Caixão.
Essa enrolação aí em cima é só para servir de escada para compartilhar um texto delicioso do Barcinski publicado recentemente no seu blog. Intitulado "Dez dicas para o DJ de rock", explicita muito o que nós da Pulp pensamos. O rock é diferente de outros estilos. As pessoas, ao contrário, sei lá, da música eletrônica ou do funk, querem cantar junto, querem se relacionar com a música que tá tocando. Claro que isso não invalida a possibilidade de experimentar um pouco na pista, tocar coisas fora do óbvio. Elas podem andar juntas.
Uma palhinha do texto do Barcinski:
"Diferentemente do público de música eletrônica, que gosta de ouvir novidades, o fã de rock gosta de reconhecer as músicas que ouve na pista. Por isso, não adianta colocar aquele lado B do Two Door Cinema Club ou o novo remix que um esloveno fez para o Empire of the Sun: é Moisés na certa (“Moisés” é um fenômeno que acontece quando alguém parte uma pista em dois e abre um clarão no meio)"
A íntegra está aqui.